Sobre SPAs

A HISTÓRIA DOS SPAS

A ORIGEM DA PALAVRA “SPA”

A história dos spas remonta a tempos muito antigos, quando a concepção dos ideais de saúde e cura ainda estava em seus estudos mais embrionários. Não há um consenso quanto à origem da palavra “SPA”. Para alguns, esta origem refere-se ao termo em latim “Salut per Aqua” ou “Solus per Aqua”, que significa “saúde advinda da água”. Para outros, a origem da palavra diz respeito a uma pequena cidade belga chamada SPA, próxima a Liege, onde era encontrada uma nascente de água quente muito frequentada pelo público em busca de um banho relaxante e reenergizante. De qualquer forma, sabe-se que a origem dos spas está diretamente ligada à água e seus benefícios trazidos à saúde.

 

A ÁGUA COMO FONTE DE ENERGIA

Há milhares de anos diversas civilizações já se utilizavam de banhos para purificar e relaxar o corpo, além de combater variados tipos de doenças. Em 3.550 a.c. as civilizações mesopotâmicas e sumérias se utilizavam das margens dos rios Tigres e Eufrates para a realização de rituais aquáticos de purificação espiritual. Em 3.200 a.c. os faraós egípcios também desenvolviam rituais espirituais de purificação da alma e preparação para a próxima vida às margens do rio Nilo. O povo hebreu (1.250 a.c.) também praticava rituais e banhos de imersão em águas buscando atingir a purificação moral. E ano após ano a água demonstrava-se cada vez mais importante para os povos antigos, que buscavam em sua essência elementos naturais capazes de trazer benefícios que nenhuma medicina havia até então descoberto. Foram-se então construindo maiores infraestruturas ao redor dos centros de banhos e fontes aquáticas, a fim de prepará-los para a visita de um número crescente de pessoas. Exemplo clássico foi a construção de uma enorme estrutura física pela civilização grega, chamada Oráculo de Delphi (1.400 a.c.). Criou-se um complexo de prédios voltados ao lazer e bem-estar, com ginásios, grandes salões de banhos, salões para reuniões e encontros educacionais da população, e áreas comuns. De acordo com a cultura grega, banhar-se, dormir e sonhar eram itens fundamentais à boa saúde. As termas gregas foram se tornando pontos de encontro e relacionamento intelectual entre os grandes filósofos da época, representando parte importante da vida social deste povo.

O desenvolvimento das infra-estruturas de banhos da antiguidade teve um importante marco em 25 a.c., quando foi inaugurada uma enorme estância termal pela civilização romana. Eram salas em diversas temperaturas, áreas de lazer, piscinas, saunas e vestiários. A completa infra-estrutura romana era complementada por diversas salas de massagem, onde os tratamentos tinham por finalidade relaxar o corpo, prevenir e tratar doenças. Desde essa época já foi se desenvolvendo a concepção destas termas como centros de bem-estar e tratamentos à saúde, muito semelhante ao encontrado nos spas modernos. 

O desenvolvimento destes centros de bem-estar, futuramente chamados de “SPAs”, era cada vez mais popular. Até mesmo médicos da época passaram a orientar seus pacientes no tratamento nesses spas de doenças crônicas e outras enfermidades. Combatentes de guerras procuravam as termas para a cura acelerada de seus ferimentos de luta. Vários tipos de terapias corporais foram sendo adicionadas ao menu de serviços dos SPAs, mas a água sempre foi seu elemento fundamental na Europa. Ainda não havia estudos científicos que comprovassem os benefícios da água no tratamento de doenças, de forma que as atividades de spas também sofreram muita resistência na época em função de interesses políticos. Apenas posteriormente foram sendo concluídos estudos relacionados, inclusive comprovando os benefícios da água sulfúrica no tratamento de doenças de pele e da água rica em bromo e iodo para combate à infertilidade feminina. Em 1.669, Thomas Guiddott publica o livro “Banhos Naturais”, listando os diferentes minerais contidos na água e as potencialidades de cada um.

 

A PROLIFERAÇÃO DOS SPAS PELO MUNDO

Seguindo este ideal principal é que foram surgindo em diversas regiões europeias outras formas de expressão dos spas. No ano de 800 d.c., o Império Otomano criou os famosos banhos turcos, que se estenderam rapidamente pela região. As famosas saunas quentes finlandesas que contemplavam os rituais de calor seguidos dos banhos em águas geladas foram iniciados por volta do ano 1.000 d.c. Em outras regiões do mundo também existiam fortes alusões aos benefícios dos banhos e às potencialidades da água: a primeira nascente de água quente japonesa (“onsen”) foi descoberta no ano de 737 d.c., tornando-se uma tradição na cultura asiática. Os próprios Vedas da cultura hindu já prescreviam a grande importância da purificação do espírito através de banhos.

A evolução da atual concepção de spas foi sendo cada vez mais desenvolvida conforme as integrações dos diferentes povos e culturas mundiais cresciam. Enquanto que a cultura europeia desenvolvia com grande maestria as atividades ao redor das águas e saunas, os povos asiáticos sempre foram mais voltados para as terapias corporais quando o assunto é o cuidado com a saúde. Seja com a harmonia do corpo, mente e espírito da Medicina Ayurveda Indiana, com a Medicina Tradicional Chinesa, com o Shiatsu japonês ou com a massagem tailandesa, sempre o foco se dava com tratamentos corporais, que por vezes também combinavam banhos, atividades nutricionais, aeróbias e meditativas. Desta forma, o conceito e a filosofia de cada cultura foram se unindo em um só centro de bem-estar conforme essas sociedades se desenvolviam: os spas. Os SPAs modernos são muito mais um reflexo da combinação dos diversos serviços trazidos por cada uma das culturas mundiais, do que o desenvolvimento individualizado de cada uma delas.

 

A CONCEPÇÃO MAIS MODERNA DOS SPAS

No processo de evolução dos SPAs, não podemos esquecer dos Estados Unidos, que foi onde mais rapidamente se desenvolveram estas atividades, espalhando e fomentando este crescimento no resto do mundo. O desenvolvimento da sociedade norte-americana foi exigindo uma adaptação dos SPAs para as necessidades e interesses da população regional. Com isto, além dos tratamentos terapêuticos com a água e as terapias corporais tradicionais, foram passando a existir outras atividades, como tratamentos nutricionais e de redução de peso, terapias de beleza, atividades mais aeróbicas etc. Estas atividades acabaram se desenvolvendo sobremaneira, de forma que grande parte da população passou a ter os SPAs como complemento de seu cotidiano. Desta forma, foi nos Estados Unidos que a indústria de spas apresentou o maior desenvolvimento, servindo atualmente de referência mundial nos padrões de atendimento, inovações tecnológicas e em equipamentos, arquitetura e design e serviços de beleza.

Atualmente, a indústria de SPAs está em forte crescimento. Os serviços oferecidos pelos SPAs estão em constante evolução, não se restringindo a técnicas clássicas ou serviços tradicionais. As inovações trazidas pelos SPAs são frequentes, de forma que os serviços oferecidos pelos mesmos não podem ser taxados ou pré-definidos permanentemente. A concepção dos SPAs se tornou algo amplo, mas com um objetivo muito específico: o bem-estar do corpo, mente e espírito, obtido através de diferentes tipos de serviços e atividades realizadas em seu espaço. O ideal de saúde, prevenção, bem-estar e cuidados com o corpo permanece. O que se expande são os serviços oferecidos para atingir este fim. Quando se trata das atividades desenvolvidas, os serviços dos SPAs podem oferecer tratamentos corporais de prevenção e cura, terapias de bem-estar, relaxamento e beleza, banhos e rituais de purificação corporal e mental, práticas nutricionais e mais medicinais, atividades de meditação e yoga, exercícios como pilates e outros mais aeróbicos, consultas médicas em SPAs especializados, etc.